Eu sai de casa para trabalhar e no caminho eu vi pessoas. Eu vi pessoas no caminho. Eu vi pessoas apressadas. Eu vi pessoas inocentes e pessoas maliciosas. Eu vi a mulher lavando a mesa na calçada, a mulher entrando no carro, o homem falando ao celular na esquina e os garotos na bicicleta. Eu vi o homem saindo com um botijão, as moças voltando da escola, os homens bebendo na calçada. Eu vi o senhor que sempre me diz boa tarde, um casal almoçando no quintal de casa, o pedreiro descansando na calçada, a mulher levando a filha à escola. Eu vi os mecânicos trabalhando, um antigo colega de escola e homens falando de futebol em frente uma mercearia. Eu vi uma moça aprendendo a dirigir, uma menininha que me disse “Oi!”, duas gêmeas descendo da van escolar. Eu vi pessoas, mas o mais incrível, eu vi o belo azul do céu e parece que ele queria me dizer algo. Eu vi pessoas no caminho e isso me levou a pensar. Será que elas estão conscientes de quem lhes dá o sol? De quem lhes dá o dia? De quem lhes dá o pão? De quem lhes dá a inteligência? De quem lhes dá as sombras das árvores? E, principalmente, estão conscientes do amor Dele? E a resposta é simples: sim, a maioria delas tem consciência de que Ele lhes dá tudo e mesmo assim não o agradecem. Sim, a maioria delas passam os dias sem se importar com quem um dia se entregou por elas e ainda hoje se importa com elas. Eu vi um céu que me anunciava que Alguém via essas pessoas. Esse Alguém em sua infinita graça vê essas pessoas ingratas e ainda assim lhes ama, ainda assim quer ser conhecido por elas. Eu vi pessoas que não viam ou fingiam não ver esse Alguém mas o mais lindo nisso é que eu vi um céu que anunciava que mesmo com a indiferença das criaturas, o Criador ainda quer ser visto por elas.
Essa pergunta, eu acredito, fica no pensamento de muita gente. Sempre me deparo com essa pergunta no meu pensamento: “e se?”. Em minha opinião é normal se perguntar isso quando a gente para pra refletir sobre as coisas que aconteceram na vida.
E se eu tivesse cedido? E se eu tivesse falado? E se eu tivesse brigado? E se eu tivesse ido? E se eu tivesse feito? E se eu tivesse me inscrito? E se eu não tivesse me conformado? E se eu tivesse ficado quieta? E se eu tivesse me arriscado? E se...? E se...? E se...?
O que teria acontecido? Eu não sei e você também nunca saberá. Há um trecho do livro “Príncipe Caspian” de C.S.Lewis:
“- Oh, Aslam, acha que eu errei? Como é que eu...? [...] Sei que com Você não estaria sozinha. Mas ia adiantar alguma coisa?
Aslam não respondeu.
- Mesmo assim teria sido melhor? – [...] – Mas como? Aslam, por favor, diga-me.
-Dizer o que teria acontecido? Não, a ninguém jamais se diz isso.”
Lewis, sempre sábio e me ensinando.
Você nunca saberá e nem Deus vai te dizer o que teria acontecido independente das escolhas que fizemos nosso passado não importa a Ele. “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.“ Isaías 43:25
Há outra frase de Lewis que ilustra o que quero passar a você com esse texto: “Não vale a pena falar do que aconteceu. O que passou, passou.”.
É humano e normal se perguntar “e se?”, mas nunca deixe que essa duas palavras te impeçam de viver o melhor de Deus pra você: o HOJE.